quarta-feira, 16 de junho de 2010

GAY E DEPRESSÃO: PRECONCEITOS!

A mãe disse: "você tem que lutar, se esforçar com afinco para melhorar!". E ele se esforçava... A cada manhã, quando escovava os dentes, lá estava pregado no azulejo, bem a sua frente, um bilhetinho com frases edificantes, posicionado estrategicamente pela sua amada mãe.

A mãe o levou a uma psiquiatra que recomendou sessões conjuntas com os pais. Foram todos. Ele fez uma pegunta para a terapeuta e ela respondeu: "você realmente quer melhorar?".

Ele queria, lutou, se esforçou, mas não conseguia mudar por mais que tentasse, ele simplesmente não conseguiu ir contra sua essência, sua natureza. Percebeu que aquele modo de ser era dele e que não havia nada de errado naquilo, afinal não fazia mal para ninguém. A mãe continuou a não aceitar o próprio filho e vendo que este já não mais lhe obecedia, abriu mão de apoiá-lo pelo que ele era.
Ele era gay, essa história é verídica. Foi preciso ele se suicidar para que a mãe despertasse. Ela que havia sido vencida pela ignorância e fé cega em uma bíblia que foi escrita por homens, talvez até mesmo gays, quem sabe? E o que importa? Ela deixou seu amor materno de lado em nome de um livro grande, ela deixou se se escutar em nome da palavra de outrem.
A ignorância afastou mãe e filho e nesse afastamento minou a auto-estima do menino, que por mais que tenha ido buscar a convivencia com pessoas de cabeça aberta, ainda assim o fato de não ter sido aceito pela família por ser quem ele era, lhe deixou marcas profundas.
A idade em que ele teve que lidar com este fato de modo escancarado foi praticamente a mesma que eu tive que lidar com a questão de ser depressiva. Assim como ele sofri muito preconceito, assim como ele queriam que eu acreditasse que aquilo simplesmente não era parte da minha vida, assim como ele tentaram anular meu ser. Assim como a mãe dele, espero um dia ver os preconceitos acabarem, pois eles custam vidas, eles enfraquecem o amor.

achei esse depoimento no blog, da Ana Maria Saad .

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